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Musicoterapia, muitas surpresas, benefícios e uma super autoestima

Para que eu fale sobre a musicoterapia e os benefícios que obtive, é preciso contar-lhes como minha vida mudou em apenas 06 meses, e continua mudando, então vamos lá.
Tudo o que vou dizer neste post já queria ter escrito faz tempo, mas ainda não me sentia preparada nem bem para expor, mas a terapia semanal me ajudou com isso também e quero dividir com vocês.

Quem me conhece hoje, empoderada, confiante com meu corpo, meu trabalho e com meu relacionamento, não faz ideia dos relatos que farei neste texto.

Por ter tido uma infância totalmente complicada, cheia de dificuldades financeiras e neste mesmo período da vida, presenciei violência doméstica.
Mesmo que tenham feito um trabalho maravilhoso comigo e meus irmãos pela educação, exemplo de caráter e amor que nos deram, uma parte complicada para eu lidar dentro de mim por não ter tido atenção integralmente de meus pais nesta época de formação de caráter, uma vez que trabalhavam muito para manter nossa família.

Aos 17 anos desenvolvi uma síndrome do pânico (nunca tratada), por conta de tudo isso citado e ainda pela minha não aceitação e distorção de imagem por ser gorda desde sempre e sofrer bullying durante toda infância e adolescência, fiquei 4 anos sem sair de casa, não ia nem ao quintal de casa, e tentei por duas vezes suicídio (graças a Deus sem sucesso) tomando muitos remédios e produtos de limpeza.

Meus amigos e pessoas próximas sabem que “perdi” meu pai para a diabetes e complicações cardíacas no início de novembro do ano passado, no mesmo mês fui mandada embora do trabalho que já estava um ano, descobri que estava sendo traída (novamente, sim porque eu já havia perdoado essa situação em outras ocasiões), e terminei um relacionamento totalmente abusivo de 05 anos de namoro e ainda ficaria noiva em Dezembro.
Sim, mesmo diante todas essas circunstancias de abusos psicológicos, traições, atitudes egoístas do qual a pessoa em que eu estava era em cima apenas de benefícios que podia ter por estar comigo, e eu aceitava tudo isso por pura e simplesmente baixa autoestima!

Bom ai vocês podem perceber como minha cabeça ficou depois de todos esses acontecimentos, estava sofrendo com constante insônia, crises de enxaqueca e alergias vindas de fundo emocional, além de compulsão alimentar por conta da ansiedade.

Conheci a Juliana Bertoncel e seu trabalho, no início de Julho deste ano, ela me apresentou o trabalho que desenvolve com musicoterapia e perguntou se eu me interessava, eu na minha santa ignorância achei que não que eu não precisava de terapia, li todo material enviado, e por não entender direito do que se tratava não coloquei muita fé neste tipo de tratamento, até então totalmente desconhecida por mim.

Achei que a Juliana me faria cantar ou tocar algum tipo de instrumento, o que não seria má ideia, pois sou apaixonada por música, apesar de não ter dom nenhum.

Relutei um pouco com a ideia, e na verdade quem me encorajou a experimentar a terapia foi o Luiz meu namorado.
Fiz minha primeira sessão de musicoterapia com a Juliana focando no meu luto, e inacreditavelmente tive uma melhora grande da enxaqueca e não pude acreditar, mas as crises de insônia simplesmente sumiram, tudo porque a ciência usada atua tanto no campo físico, mental, emocional e neurológico.

Já na segunda semana, diante todas essas melhoras, era o dia de confiar e contar mais sobre os problemas familiares que começaram a me afetar por aqueles dias e minha vida e sobre problemas e traumas que me acompanhavam desde a infância e a Juliana ainda não tinha conhecimento, ela até então sabia do luto, insônia e dores crônicas.
Na segunda sessão fiz um exercício com paródia musical, onde pude ter um encontro com todas as dores que reprimi, também comecei a me conhecer melhor e consegui entender a gravidade desses problemas me acompanharem tanto tempo,  e que eu acabei  escondendo ou ignorando conscientemente para que eu fugisse da dor que eles me causavam.

Como era esse exercício? Bom, eu tive que colocar num papel vários sentimentos e a partir daquelas palavras fazer uma paródia com alguma musica infantil, escolhi “atirei o pau no gato”, os sentimentos por mim escolhidos em forma de palavras em cima da musica infantil escolhida falou muito mais de mim que eu mesma sabia!
O fato é que a segunda semana de terapia me mostrou que não preciso fugir desses sentimentos todos que me trouxeram até aqui, e que agora sei lidar com todos esses acontecimentos como fatos que enriqueceram minha história, e me tornaram uma pessoa mais forte.

A terceira sessão encaro como a mais “pesada” até agora, tive que admitir que eu culpei por muito tempo meus pais por expectativas minhas quanto a minha vida e como eles deveriam ter sido comigo, tive que internalizar e voltar a momentos terríveis da minha infância, perdoar meu pai por coisas que ele fez e que eu julguei que era errado, tive que ir a esses momentos, deixar de julgar e ainda descrever o que eu escreveria na placa de epitáfio para meu pai, isso um dia após o meu primeiro dia dos pais sem a presença do meu pai e uma semana depois de completar 09 meses da morte de meu pai.

Foi difícil, chorei muito durante a terapia, tive uma mistura de sentimentos, como rejeição, culpa por julga-los, ignorância por não ter enxergado isso por quase 30 anos, medo, muito medo e chorei o resto da noite toda, mas depois certo alívio, com a repetição durante uma semana do exercício usado neste dia de terapia, pude compreender muita coisa, e aprendi que tenho a capacidade de ponderar mais o que falo, o que penso das pessoas e o que sinto em relação a elas.
Aprendi também que as pessoas do meu convívio não tem culpa da expectativa que projeto sob elas, e mais do que isso, que eu não tenho direito de julgar ninguém sob hipótese alguma.

Para completar um mês de terapia, a sessão foi bem mais leve e voltada a mim, e a exercícios de perdão e aceitação de algumas atitudes da minha mãe, e minha para com ela.
O que posso dizer a vocês? a Juliana está me ajudando com meu proposito, o de ser melhor cada dia, de encarar os problemas com maior naturalidade, ponderar e pensar para falar, não julgar ninguém, que minhas dores vão voltar toda vez que necessário, para que eu possa lembrar com maturidade todos esses acontecimentos e ter consciência de que tudo ate aqui são lições, e que eu sou mais corajosa que eu poderia imaginar,  por iniciar e permanecer no tratamento, porque para ter esses encontros com o passado, dores, aceitar que alguém que você ama mais que tudo partiu pois sua missão foi cumprida, aceitar que as pessoas deram seu melhor por mim e que muitas vezes se meus pais erraram sempre foi tentando acertar.
O melhor da musicoterapia é que sei que terá alguém para me ouvir sem julgamentos, ouvir para me ajudar a ter um encontro comigo mesma, com meu passado e com as dores que teimam em me limitar, sempre termino minhas segundas contando as horas para que chegue a próxima e eu possa me libertar cada vez mais de mais amarras e todo esse mal ao qual me prendi ao tempo.
PS: Texto escrito ao som de: Ain’t No Mountain High Enough com Marvin Gaye e Aretha Franklin

“A música é um analgésico natural.
Regula batimentos cardíacos e atua no corpo de forma integral. E torna-se uma ferramenta muito poderosa quando usada por um musicoterapeuta qualificado”.

Até o próximo mês, quando terei muito mais experiências para contar a vocês.

 

Serviço

Site: 
https://www.terapiaemusica.com.br/

Terapia e música no Instagram:

https://www.instagram.com/terapiaemusica/ (@terapiaemusica)

 

Cristine Lore

Jornalista por paixão, digital creator por opção, apaixonada por música, moda, maquiagem, animais, Gin e turismo.
Sem padrões, nem rótulos... dá um giro por aqui =)

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