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Paulliny Gualberto Tort estreia com romance em Brasília dos anos 80 e 90

Allegro ma non troppo, publicado pela Editora Oito e Meio, conduz o leitor em uma jornada inquietante de jovem à procura do irmão mais velho desaparecido e de si mesmo

Em Allegro ma non Troppo (Oito e Meio), a jornalista e apresentadora PaullinyGualberto Tort ergue uma narrativa jovem, fluida, “boca suja”, com referências aos anos 1980 e 1990. Ambientado em Brasília e na Chapada dos Veadeiros em Goiás, a história se desenvolve em dois diferentes e importantes momentos da vida do protagonista, acompanhando sua luta para se estabelecer como profissional e também como homem.

O protagonista Daniel é um violinista solitário, longe de ser talentoso, mas que é persistente e afeito ao seu caro violino. Ele recebe da mãe uma incumbência: descobrir o paradeiro de seu irmão mais velho, João, desaparecido há dois anos.

Para encontrá-lo, Daniel terá de estrangular as próprias angústias e adentrar um mundo estranho e avesso a ele mesmo, habitado por aventureiros, gurus e belas mulheres. Essa saga particular se desdobra em vícios e memórias que ora paralisam, ora impulsionam a personagem.

Enquanto procura pelo irmão, Daniel pensa na infância, na mãe e no pai já falecido. Mas nada o perturba tanto quanto as lembranças de Marina, a ex-namorada com quem não se permitiu envolver emocionalmente. “É uma história que coloca em xeque as máscaras que todos usamos e evidencia a fragilidade das relações humanas”, define a autora.

Paulliny define Allegro como um romance contemporâneo, realista, urbano (ainda que o protagonista viva experiências intensas em uma região natural). Ela não vê uma inspiração específica para a construção da obra, mas ressalta que um dos seus motores é a constatação de que toda família é cheia de conflitos, de segredos, de ausências e desentendimentos.

Sobre o processo de criação, a autora relata que foram dois anos de trabalho, sem um ritual específico, mas que trabalhou por horas a fio à frente do computador no período mais intenso da escrita. Quanto às referências que usou para compor a obra, apesar de um encantamento pela literatura norte-americana, especialmente a de Hemingway, ela se diz também influenciada por autores contemporâneos brasileiros como João Gilberto Noll e, mais recentemente, Daniel Galera.

“Sempre gostei muito da Literatura dos Estados Unidos, em especial a do começo do século XX. Hemingway é um dos meus autores favoritos. Depois me encantei pela produção brasileira contemporânea. Acho que o interesse vem dessas influências todas”, conta.

 

Sobre a autora

Paulliny Gualberto Tort é jornalista. Produz e apresenta o Marca Página, programa sobre literatura da Rádio Nacional. Autora de ficção, teve contos publicados na revista Traços, na revista Raimundo, na Amazon e em blogs diversos. É colunista da rede de autores Ornitorrinco. Em 2008, integrou a coletânea com os 10 melhores contos do Prêmio Maximiano Campos. Allegro ma non  troppo é seu primeiro romance.

Cristine Lore

Jornalista por paixão, digital creator por opção, apaixonada por música, moda, maquiagem, animais, Gin e turismo.
Sem padrões, nem rótulos... dá um giro por aqui =)

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