A fisioterapia é a ciência que estuda, diagnostica, previne e recupera pacientes com distúrbios cinéticos funcionais intercorrentes em órgaos e sistemas do corpo humano. Porém, essa modalidade não se limita apenas a doenças geradas por alterações genéticas, traumas ou enfermidades comuns. Hoje, é possível que a fisioterapia realize a reabilitação dos músculos íntimos do períneo chamados de músculos do assoalho pélvico.
A fisioterapia pélvica é uma nova área da saúde que atua nos músculos íntimos, ou seja, nos músculos do assoalho pélvico com o objetivo realizar exercícios físicos gerais e direcionados ao períneo (ex. Exercícios de Kegel) e toda a região da pelve de homens e mulheres, além de aparelhos com eletroestimulação e biofeedback, técnicas específicas para os músculos locais, vibração e outros.
Segundo a fisioterapeuta e consultora em sexualidade Fabiane Dell’ Antônio, o tratamento com a fisioterapia contribui para que há melhora do conhecimento do próprio corpo, aumentando a percepção corporal e perineal e também a sensibilidade do pênis, ânus e vagina, além de normalizar a lubrificação vaginal, melhorar a ereção e controle da ejaculação do homem, sem contar na melhora do orgasmo e desejo em homens e mulheres.
“Quando estes músculos estão saudáveis a circulação e inervação estarão íntegras e contribuirão para a saúde local e o prazer de homens e mulheres. Afinal, com o envelhecimento e atividades diárias e sexuais há possibilidade de lesões e alterações nas estruturas locais com comprometimento na lubrificação, excitação, desejo, ereção, ejaculação, prazer e orgasmo”, explica Fabiane.
Além disso, a falta de relaxamento desses músculos pode tornar a penetração vaginal ou anal dolorida, o ensino do relaxamento perineal é recomendado nesses casos, na mulher tem-se o vaginismo e vulvodínia (dificuldade ou impossibilidade de penetração vaginal). As mulheres que sentem dor na volta das atividades sexuais, no pós-parto, também podem se beneficiar com a fisioterapia.
Alguns fatores de risco como, envelhecimento, alterações hormonais, gestação, partos, cirurgias locais, alterações posturais, prisão de ventre, uso de drogas, sexo sem adequada lubrificação, atividades de impactos com frequência e sexo com pouca idade, podem alterar o sistema muscular local e comprometer a vida e a saúde sexual.
Caso não sejam tratadas, as alterações nos músculos do assoalho pélvico ocasionam enfraquecimento local com lesão de nervos, vasos sanguíneos e fáscia, a longo prazo alterações nas funções que estes músculos exercem. Com isso os órgãos pélvicos podem se deslocar para baixo (ex. bexiga baixa), pode haver incontinência urinária ou fecal, dificuldade em defecar (prisão de ventre), má postura, dores antes, durante e após o parto, e dificuldade de expulsão no parto vaginal, assim como comprometimento na vida sexual, disfunção sexual.
“Para evitar e prevenir lesões, homens e mulheres devem ter os músculos íntimos saudáveis, ou seja, não podem estar tensos ou flácidos, e sim com um tônus normal, adequada circulação, sensibilidade, força e elasticidade. Músculos saudáveis terão maior resistência contra os fatores que podem ocasionar lesões que ocorrem durante a vida, ou se houver lesão os mesmos terão melhor recuperação”, ressalva a fisioterapeuta.
Atualmente nos grandes centros a fisioterapia pélvica atua nos hospitais, postos de saúde e centros universitários, além dos consultórios particulares. “O serviço público de saúde oferece estes atendimentos para doenças e complicações no pós-parto, mas no Brasil ainda há pouca atuação de fisioterapeutas voltada à sexualidade, tanto no serviço privado como público”, completa Fabiane.
Ainda que existam profissionais na área, é possível que as pessoas realizem exercícios em sua própria casa com o auxílio de massageadores como o Massageador Terapêutico Peridell (desenvolvido pela fisioterapeuta Fabiane Dell` Antônio) para trabalhar os músculos do períneo, assim como vibradores diversos, cones com pesos, bolinhas Ben Wa e exercícios ensinados somente pelo fisioterapeuta com atuação na área pélvica. Por fim, recomenda-se avaliação com o fisioterapeuta para o diagnóstico e ensino dos exercícios e uso dos produtos em casa.